2.1.09

Sei por ouvir dizer



O autor vem contar o interessante caso de uma mulher com três nascimentos, consigo vivendo três diferentes possibilidades, por ser senhora e sorrir por três ângulos distintos do seu próprio rosto, moradora na terra do ontem, na vila do hoje e na capital do amanhã.
Três e bons eram seus aniversários que aconteciam no dia de são nunca, no feriado de nossa senhora do sempre e no dia da mentira. Com a sorte da dúvida, o autor-narrador divide-se nos papéis de inventor, ouvinte e crítico da própria sugestão. Teria sido não-ter-nada-para-fazer que o fizera pensar na existência dessa senhora?
Mas os vizinhos alertavam, em especial, o senhor Trindade que ali ela chegara, num mês sem semanas, e havia construído uma casa três vezes pequena, numa ilha chamada Tríplice.
E é para sentir e pensar que a mulher lhe deixa três pares de óculos: um para ver ao perto, outro para ver ao longe e o terceiro para procurar os dois. O narrador ainda garoto os usa, depois os perde — quem agora poderá descobri-los?



Sei por ouvir dizer,
de Bartolomeu Campos de Queirós e Suppa,
obra vencedora do Prêmio Jabuti 2008 – Melhor Livro Infantil.




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