1.9.08

O Sam e o som

No colégio havia uma porta sempre fechada à chave. Pelo buraco da fechadura, via-se que dava para um corredor ou galeria.
À noite, quando as luzes se apagavam no dormitório do colégio, o Sam imaginava um túnel sombrio e sem fim. Escorria água suja pelo musgo das paredes e o chão era lamacento como o do campo de jogos onde ele e os outros meninos do colégio se atolavam quando chovia muito e escorregavam em dias de chuviscos. O corredor dominava os sonhos e os pesadelos.

Um dia, quando o mistério do corredor começava a incomodar como um berlinde perdido, o Sam e os outros meninos descobriram que por detrás da porta não havia afinal um túnel medonho.
Acompanhados pelo professor de música, entraram em silêncio. Com passos travados, desfilaram a olhar para o lado esquerdo. A parede estava ocupada, do chão ao tecto, por uma montra envidraçada. Por detrás do vidro fino, havia metais preciosos com formas estranhas, havia marfim, madrepérola e madeiras exóticas em chamas...


«O Sam e o som / Sam and the sound»
Ana Saldanha, Basil Deake & Gêmeo Luís
Caminho


(Este livro está na Biblioteca)



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