22.8.08

Ovos cozidos

«Era uma vez um pobre carvoeiro
que tinha duas filhas.

A mais velha envergonhava-se do pai
porque andava sempre sujo e mal vestido.
Para disfarçar a pobreza,
passava os dias a enfeitar-se
e a ver-se ao espelho.

A mais nova ocupava-se da casa,
sem se importar com a sua condição.
Era conhecida pela sua inteligência:
conseguia perceber as palavras mais arrevesadas
e resolver complicadíssimos enigmas.

O rei, amante de charadas e adivinhas,
herdara o trono em novo
e comportava-se de forma caprichosa.
Muitas vezes sujeitava os súbditos
a provas que deviam resolver
para não serem castigados.

Um dia reuniu-os a todos e disse:
- Tenho uma árvore com doze ramos;
cada ramo tem trinta folhas;
cada folha, duas faces.
Quem em sete dias não acertar
o valor total da minha árvore,
vai para o calabouço.

Quando quase se vencia a data fixada
para resolver o enigma,
o carvoeiro colocou-o às filhas.

Então a mais nova disse:
- Não há nada mais fácil!

E deu ao pai a solução.
...




"Ovos cozidos"
Marisa Núñez & Teresa Lima
OQO Editora




(Este livro está na nossa Biblioteca)




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