29.8.08

De mau Humor

Judy Moody não queria que o Verão chegasse ao fim. Não lhe apetecia ter de escovar o cabelo todos os dias, decorar palavras, nem sentar-se ao lado de Frank Come-Cola Pearl, na escola.
Judy Moody estava de mau humor, de muito mau humor e com cara de poucos amigos. Nem o cheiro dos seus novos lápis Rabugentos a fez sair da cama.
- É o primeiro dia de aulas! - cantarolou a mãe de Judy. - Salta da cama e veste-te.
Judy escondeu-se por baixo dos lençóis e tapou a cabeça com a almofada.
- Judy! Ouviste o que eu disse?
- Grrrrr! - respondeu ela.

Teria de se habituar a uma carteira nova e a uma nova escola. A carteira não teria um autocolante com um tatu e o nome dela lá escrito, tal como a antiga tinha, e na nova sala de aula não haveria um porco-espinho chamado Roger. E para seu grande azar, por certo o Senhor Todd iria mandá-la sentar-se na fila da frente, onde não poderia passar bilhetinhos ao seu melhor amigo, Rocky, sem que o professor visse.
A mãe voltou a espreitar para dentro do quarto.
- E não te esqueças de pentear esse cabelo, ok?

Uma das piores coisas do primeiro dia de aulas era que toda a gente voltava das férias de Verão com t-shirts novas a dizer DISNEYWORLD ou SEAWORLD ou JAMESTOWN: TERRA DE POCAHONTAS. Judy procurou na gaveta de cima, na gaveta de baixo e até na gaveta da roupa interior e não encontrou nenhuma camisola com letras.
Vestiu umas calças de pijama com padrão de pele de tigre e uma t-shirt simples e sem letras.
- Ela está de pijama! - apontou o seu irmão Stink quando ela chegou à cozinha. - Não podes ir de pijama para a escola!
Agora que já ia para a segunda classe, Stink pensava que sabia tudo. Judy lançou-lhe um dos seus famosos olhares de fúria...



«Judy Moody»
Megan Mc Donald
Ed. Difel




(Este livro encontra-se na Biblioteca)


22.8.08

A Lenda de Despereaux


A história começa dentro das muralhas, com o nascimento de um rato. Um rato pequenino. o último rato a nascer de seus pais e o único sobrevivente da sua ninhada...

A autora Kate DiCamillo criou esta história sobre um ratinho, Despereaux Tilling, um herói improvável, um pequeno mas corajoso rato, diferente dos restantes ratos.

Esta é a lenda de Despereaux Tilling, um rato apaixonado por música e por uma princesa chamada Ervilha. É também a história duma ratazana chamada Roscuro, que vive na escuridão, mas anseia por um mundo cheio de luz. E é a história de Miggery Sow, uma pequena criada pouco inteligente, com um desejo simples, mas impossível. Estas personagens estão prestes a embarcar numa viagem que as fará descer a umas terríveis masmorras, subir a um castelo cintilante e, por fim, entrar nas vidas umas das outras...



Ovos cozidos

«Era uma vez um pobre carvoeiro
que tinha duas filhas.

A mais velha envergonhava-se do pai
porque andava sempre sujo e mal vestido.
Para disfarçar a pobreza,
passava os dias a enfeitar-se
e a ver-se ao espelho.

A mais nova ocupava-se da casa,
sem se importar com a sua condição.
Era conhecida pela sua inteligência:
conseguia perceber as palavras mais arrevesadas
e resolver complicadíssimos enigmas.

O rei, amante de charadas e adivinhas,
herdara o trono em novo
e comportava-se de forma caprichosa.
Muitas vezes sujeitava os súbditos
a provas que deviam resolver
para não serem castigados.

Um dia reuniu-os a todos e disse:
- Tenho uma árvore com doze ramos;
cada ramo tem trinta folhas;
cada folha, duas faces.
Quem em sete dias não acertar
o valor total da minha árvore,
vai para o calabouço.

Quando quase se vencia a data fixada
para resolver o enigma,
o carvoeiro colocou-o às filhas.

Então a mais nova disse:
- Não há nada mais fácil!

E deu ao pai a solução.
...




"Ovos cozidos"
Marisa Núñez & Teresa Lima
OQO Editora




(Este livro está na nossa Biblioteca)




17.8.08

Brevíssima história de amor

«Não sei a quem ouvi contar a história de Maria.
Mas sei que era assim: nunca tinha tido uma boneca, na casa da praia onde morava, onde o vento entrava pelos lados todos.
Toda a gente sabia que dava o seu amor inteiro a uma pedra.
Uma pedra - por suas mãos carinhosamente vestida e despida de folhas, de conchas, de um ou outro trapo velho.
Para a pedra, Maria inventava, todas as noites, canções de não ter medo do vento, das marés vivas, de coisa nenhuma.

E um dia alguém ouviu contar a história de Maria. Devia ser Natal, os corações das pessoas comovem-se facilmente nessa altura. Se calhar até havia cânticos na rádio, na televisão, nas lojas, nas ruas.
E uma boneca enorma caiu no colo de Maria: olhos de vidro azul, algumas palavras fanhosamente ecoando sempre que se apertava a barriga, cabelos loiros, vestido de cetim cor de rosa, gente quase.
Redondos, redondos os olhos de Maria, sobre aquele tesouro inesperado. Claríssimo o seu sorriso, olhando a boneca.

Desde então, todas as manhãs Maria acorda feliz. Estenda a mão para a boneca nova, olhos de vidro azul, cabelos loiros, gente quase.
Ajeita-lhe o vestido de cetim cor de rosa, fica uns momentos olhando-a, parada.
Diz-lhe baixinho "até logo".
E corre para a praia, a embalar a pedra....»



Autora: Alice Vieira

In «Histórias da árvore dos sonhos»
Vários Autores
Projecto Ilha Mágica


(O livro encontra-se na Biblioteca)


11.8.08

O Castelo dos Livros

O Castelo dos Livros é a mais recente obra da autora do Bestseller A Lua de Joana.


O livro conta a história de Inês, uma menina que tinha o sonho de vir a ser sábia e, um dia, descobriu o fantástico tesouro escondido no Castelo da Montanha Azul, com as suas quatro torres, e de Teresa, que tinha o sonho de ser livre e, a certa altura, descobriu um tesouro especial guardado na sua alma cheia de histórias (uma delas sobre um terrível dragão)... Inês e Teresa gostam muito de livros. Pouco a pouco, vão-se conhecendo e ficando grandes amigas. Assim, juntas, vencem o medo e tornam-se guardiãs das quatro torres mágicas: a Torre dos Arrepios, a Torre das Asas, a Torre do Céu e a Torre Dourado...


"- Era uma vez um marquês...Sim, um marquês. Não era um príncipe, nem um duque, não era um conde nem um visconde... - Teresa olha para mim e percebe que estou a impacientar-me. Creio que está a pôr-me à prova, para ter a certeza que não vou interrompê-la. Quanto a mim neste momento, já não tenho tanta certeza...

- Era um marquês biblionário - continuava ela, olhando para mim - Às vezes, os escritores inventam palavras, sabias? Esta fui eu que a inventei precisamente para descrever alguém muito rico em... livros"...