24.3.11

«A Guerra da Água»






Hoje, na BECRE, a  Drª Isabel Fernandes do grupo Kutsemba dinamiza sessões junto dos alunos do 3º ciclo, com o visionamento do filme "Guerra da água", seguido de debate.

22.3.11

Maratona da Leitura

É amanhã:
leitura non-stop,
das 8h30 às 18h30,
na BECRE


Venham assistir a mais um grande evento
que marca a Semana da Leitura 2011 na BECRE de Canidelo !


TOCA A LER ! TOCA A LER !

À hora combinada, tudo parou...
À hora combinada, tudo começou:
Pegámos no livro que tínhamos escolhido e, depois de virada a capa, fez-se silêncio... para ouvir.
Eu li, tu leste... eles e elas leram... as aventuras, os risos, as sensações... histórias do mundo inteiro e de mundos desconhecidos...
Mais uma vez , «Toca a ler» aconteceu e tornou-se um hino à leitura!

DM 


(a completar com fotos)




21.3.11

Dia Mundial da Poesia


"A poesia é a minha explicação com o universo,
a minha convivência com as coisas, a minha participação no real (…)"

Sophia de Mello Breyner Andresen






TOCA A LER !



Amanhã, dia 22 de março, às 10.10h e às 15.10h, durante 45 minutos, em todo o Agrupamento, irá realizar-se uma pausa destinada, exclusivamente, à leitura, envolvendo alunos, professores, funcionários e encarregados de educação.
Das salas de aula aos átrios, da reprografia ao bufete, da direção à secretaria, da biblioteca ao polivalente, todos em torno de um livro! Durante quarenta e cinco minutos, vamos viajar, esquecer os programas, a avaliação, as rotinas, as angústias e…vamos ler.



«Toca a Ler»


1. Em cada turma, sob a direção do professor, será lido um ou mais livros;


2. Os livros que vão ser lidos podem ser levados pelos alunos, pelo professor ou requisitados na BECRE;


3. No final da ação, os intervenientes devem registar (em suporte a fornecer pela BECRE) os títulos dos livros lidos bem como uma apreciação sucinta dos mesmos.




A vossa participação é fundamental ! Colaborem, divulguem!
**





Primavera

Anunciação


Surdo murmúrio do rio,
a deslizar, pausado, na planura.
Mensageiro moroso
dum recado comprido,
di-lo sem pressa ao alarmado ouvido
dos salgueirais:
a neve derreteu
nos píncaros da serra;
o gado berra
dentro dos currais,
a lembrar aos zagais
o fim do cativeiro;
anda no ar um perfumado cheiro
a terra revolvida;
o vento emudeceu;
o sol desceu;
a Primavera vai chegar, florida.



Miguel Torga




20.3.11

Contador de História...



Clica no texto para o aumentar
e ler a informação sobre Cristina Taquelim




Clica no texto para o aumentar
e ler a informação sobre Cristina Taquelim



A Semana da Leitura começa amanhã!



Contadores de Histórias



19.3.11

Esta semana foi francófona !

Durante toda a semana, todas as turmas assistiram a sessões de cinema francês, como forma de comemorar a Semana da Francofonia - semana que é festejada internacionalmente, já que há francófonos (pessoas cuja língua materna e/ou oficial é o francês) nos 5 continentes.

Para cada ano foi selecionado um filme:
  • «Belleville Rendez-vous», para os 5º anos
  • «Detective em apuros», para os 6º anos
  • «A marcha dos pinguins», para os 7º anos
  • «Anthony Zimmer», para os 8º anos e CEF
  • «O jantar de idiotas», para os 9º anos




Destacamos o filme «A marcha dos pinguins», pela beleza das imagens deste documentário que revela a vida dos Pinguins Imperadores marcada por uma constante luta pela sobrevivência, com momentos de dificuldades, de sacrifício e sobretudo de muito amor...










Toda a criança vê o pai ou a figura paterna que a acompanha como o grande herói da sua vida...
Neste dia especial, este é o livro de homenagem ao Pai - aquele cujo amor se traduz no carinho, na atenção, nos cuidados e na responsabilidade moral.









Feliz Dia Pai






"O Meu Pai", de Anthony Browne




O livro ideal para filhos, filhas... e especialmente pais.

É um tributo aos pais num livro cheio de carinho.

«O meu pai podia ser um doutor ou um atleta, podia ser um dançarino ou um grande cantor. Mas é o MEU pai, que há-de gostar sempre de mim.»










5.3.11

Carnaval


O nosso Agrupamento comemorou o Carnaval com um Desfile pelas ruas de Canidelo, sob o tema «Entre rio e mar».

Foi uma manhã bem divertida!



25.2.11

O escritor Pedro Seromenho na nossa Biblioteca



Foi hoje à tarde, com sessões para os alunos dos 7º e 8º anos.

 






22.2.11

Encontro com o escritor Pedro Seromenho




  • 15h00 - Sessão com os alunos do 7º ano
  • 17h00 - Sessão com os alunos do 8º ano
    Na Biblioteca



14.2.11

14 de fevereiro - Dia de S. Valentim

O pequeno comerciante que vendia sorrisos



Era sexta-feira, dia de mercado, e o pequeno José dirigiu-se ao largo da aldeia, onde o vendedor de sorrisos instalava a sua carrinha. Era uma carrinha vermelha e amarela, com arabescos dourados desenhados que diziam: “Venda de sorrisos, risos loucos e outros risos escondidos”.

Este pequeno comerciante era muito gordinho e vendia sorrisos como se vendem bombons, só que muito mais caros. Enquanto os risos de chacota eram vendidos a 2 euros cada um, os meio-sorrisos custavam 60 euros, e as gargalhadas 150 euros.

Apesar dos preços elevados, o pequeno vendedor de sorrisos vendia sempre muitos. Alguns habitantes da aldeia chegavam com o cesto a transbordar de alhos franceses, cenouras, batatas e colocavam um pequeno envelope de sorrisos por cima dos legumes.

― Venham cá! ― chamava o vendedor que, como é óbvio, exibia um enorme sorriso de comerciante. ― Aqui, só há felicidade! Trago-vos meio-sorrisos, muito fresquinhos; também há sorrisos maliciosos. A super-promoção de hoje é para os sorrisos de palhaço: custam menos 30%.

Os risos contagiosos nunca estavam em promoção, pois levariam o pequeno comerciante à falência. Bastava comprar um para fazer rir toda a aldeia!

O pequeno vendedor ganhava muito dinheiro naquela aldeia: os habitantes eram tão tristes que consumiam logo o sorriso ao balcão.
― Venham, venham, há cá boa gargalhada! ― apregoava o pequeno comerciante.

E toda a gente ia para casa a contar histórias engraçadas. Toda a gente… excepto o pequeno José, que não tinha dinheiro. Normalmente, as crianças não têm necessidade de comprar risos, nem sorrisos, porque os têm. Mas pode acontecer que o sorriso lhes seja roubado por um adulto tolo e mau. Era o que se tinha passado com o pequeno José. O seu sorriso tinha desaparecido, e o menino tinha ficado sozinho no seu canto.

Antes de ir para a escola, o pequeno José esforçava-se. Punha-se em frente ao espelho, apoiava as mãos nas ancas, franzia o sobrolho e dizia:
― Ri-te, vá lá, ri-te! 1, 2, 3… Sorriso!
E exibia um belo sorriso de palhaço. Mas este sorriso de palhaço pesava-lhe como uma máscara de metal. Era necessário ter uma força de gigante para o manter. Então, após três ou quatro tentativas, o sorriso desaparecia. O pequeno José olhava o seu reflexo na vitrina de uma loja e via o seu rosto carregado e fechado. O sorriso tinha desaparecido.

Naquela sexta-feira, José pôs-se na fila de espera, decidido a pedir ao pequeno comerciante para lhe emprestar um sorriso. À sua frente, na fila, estava um gigante triste e melancólico. Quando chegou a vez, o gigante triste procurou algumas moedas, com os dedos grossos, no seu minúsculo porta-moedas, e pigarreou:
― Não tem… um riso qualquer por dez cêntimos?

O pequeno comerciante procurou num frasco e arranjou-lhe um niquinho de sorriso em saldo. José ficou ainda mais triste, porque não tinha sequer dinheiro para comprar um meio-sorriso. Nem uma moedinha para pedir um sorriso malicioso ou um riso escondido.
No entanto, quando se apercebeu do pequeno José, o comerciante redondinho esboçou um largo, muito largo sorriso.
― Queres alguma coisa, meu rapaz? ― perguntou.
José suspirou e mostrou os bolsos vazios.
― Não tens dinheiro. Hum…
O pequeno comerciante examinou José, dos pés à cabeça, durante longos minutos… Depois disse:
― Preciso de um rapazinho como tu, um rapazinho que tenha perdido o sorriso. Diz-me uma coisa… estás interessado em trabalhar comigo?
José abriu muito os olhos, mas não pronunciou qualquer palavra: estava demasiado excitado! No entanto, o pequeno comerciante, especialista em sorrisos interiores, tinha compreendido.
― Então, entra! ― convidou o comerciante. ― Entra na minha carrinha. Logo que acabe de atender os meus clientes, mostro-ta…

Estava escuro e o pequeno José arregalava os olhos. Havia centenas e centenas de prateleiras sobre as quais estavam colocados envelopes de todas as cores, cheios de sorrisos, cada um com o seu nome. Havia também frascos cheios de risos por gestos e de risos loucos! Nas etiquetas, o pequeno José podia ler: “caretas”, “meio-sorriso”, “sorriso desdentado”, “sorriso feliz”, “riso de superioridade”, “riso de troça”, “sorriso de delicadeza”.
― Onde é que encontrou todos estes sorrisos? ― perguntou o rapazinho.
― Ah ah ah! ― riu o pequeno comerciante muito gordinho. ― Às vezes, basta apenas levantá-los do chão ou apanhá-los do ar!
O homenzinho levantou-se e mostrou-lhe uma rede para apanhar borboletas.
― Normalmente, abro um envelope e agarro o sorriso invisível. Nos dias de Verão, quando o ar cheira a morangos, basta-me estender a mão: os sorrisos de felicidade e os sorrisos loucos correm por todo o lado! No Inverno, é um pouco mais difícil. Com o frio, os rostos têm mais dificuldade em descontrair e sorrir. E quando um rosto faz uma careta, arrasta outras caretas. No Inverno, há epidemias de rostos tristes, como epidemias de gripe. Ganho muito pouco no Inverno.
O homem olhou para o pequeno José:
― Vou explicar-te o que espero de ti. O que me interessa é ver os outros sorrir. Toda a gente, percebes? Mesmo os que não têm dinheiro, mesmo aqueles a quem foi roubado o sorriso da infância. É por isso que estás hoje aqui. Se quiseres, fazes alguns testes. Vais experimentar todos os sorrisos e risos… Vais estudá-los e ver os que são mais eficazes para fazerem sorrir os outros: aqueles com os quais podemos fazer amigos. O sorriso é como um laço entre as pessoas. Quando sorris, é como quando estendes a mão a alguém, percebes?

Claro que o pequeno José entendia. E estava contente, tão contente! Haverá trabalho mais agradável do que testar sorrisos? Durante um mês, trabalhou para o pequeno comerciante. Experimentou, um a um, todos os sorrisos, e todos os risos. Passeava de metro, de autocarro, punha-se nas filas do cinema e do teatro; ia à piscina, à cantina, e anotava, num pequeno bloco, que efeito tinha o sorriso sobre as outras crianças.

Um dia, no autocarro número 83, pôs um sorriso de palhaço, um daqueles sorrisos que soam um pouco falso. As pessoas aproximaram-se dele mas, em poucos segundos, toda a gente se pôs a chorar, como se tivessem adivinhado que havia tristeza por detrás daquele sorriso demasiado grande.

Num outro dia, no autocarro 38, abriu o envelope e dele saiu um bonito “sorriso de delicadeza” com o qual olhou para as pessoas. Os viajantes sentaram-se durante alguns minutos, pigarrearam, olharam para o relógio, e depois, como José continuava a sorrir sem nada dizer, partiram tal como tinham chegado. “O sorriso de delicadeza é bom no início, mas não chega para fazer amigos”, escreveu o pequeno José.

Quando engoliu um sorriso louco, foi terrível! No metro, pôs-se a rir sozinho, e toda a gente riu com ele. Toda a gente ficou louca. As pessoas batiam com a cabeça no vidro e ninguém se falava. E saíam sempre a rir, sem poder sequer trocar um número de telefone. Só queriam assoar-se e tapar os olhos, agora cheios de lágrimas. “Demasiado violento, sobretudo quando as pessoas não se conhecem. Tentar outra coisa para fazer amigos”, escreveu o rapazinho.

Com o riso de superioridade, aquele que é utilizado para fazer troça dos outros, passou-se algo de muito esquisito: as pessoas ficavam muito pequeninas e ele via-se como um gigante rodeado de pigmeus que o olhavam com um ar aterrorizado. “Nada de especial”, pensou o pequeno José que, nessa noite, deitou este riso na sanita e puxou o autoclismo.

Quando, dois dias depois, estreou o seu “riso contido” (uma espécie de riso que se parece com um gemido), verificou que muitos pares de olhos, espantados, se fixavam nele, como se dissessem: “Estás a gozar-me? Estás a cacarejar?” Não teve mais sucesso com o meio-sorriso: “O que se passa? O que foi? Estás a rir-te de mim ou quê?” pareciam dizer as pessoas.

Na sexta-feira seguinte, José foi de novo ter com o pequeno comerciante e reparou que este já não estava tão rechonchudo, porque tinha envelhecido muito.
Apoiava-se na bengala com muita dificuldade e os seus olhos tinham perdido todo o brilho. Ouviu, todo a tremer, o pequeno José falar das suas experiências.
― Está perfeito ― disse, numa voz estremecida. ― Saíste-te muito bem a testar sorrisos e risos. Tenho uma surpresa para ti.
O vendedor mostrou-lhe um frasco que brilhava e murmurou:
― Acabo de o encontrar: é o sorriso magnético, o sorriso mais profundo! Coloquei-o num frasco. Bebe-o!
José bebeu, e sentiu-se logo cheio de luz: uma sensação de calor subiu pela sua barriga, fez-lhe cócegas nas orelhas, e provocou faíscas nos seus olhos. José sentiu-se muito forte.
― É esquisito, sinto-me a desfazer por dentro ― disse.
― Vai à tua vida, meu rapaz ― murmurou o homenzinho. ― Depois vem dizer-me se este sorriso é eficaz para fazer amigos.

O pequeno comerciante tinha razão: aquele riso era totalmente mágico! Quando saiu da carrinha, o pequeno José viu que todos os habitantes da aldeia queriam ficar junto dele.

― Ó rapazinho! Rapazinho! Fica comigo! ― gritou o gigante tristonho. ― Diz-me por que tens um ar tão feliz.

Quando chegou à escola, as crianças chamaram:
― Olá, José, olá!
Então, o pequeno José pôs-se a rir ainda mais, mas com um riso de prazer. Um daqueles que ainda não tinha experimentado. Escreveu: “Sorriso mágico, magnético, de gigante!”

E como este sorriso o tornou mais inteligente, escreveu ainda: “Nada tem a ver com o sorriso de palhaço, que se cola ao rosto e que desaparece do mesmo modo que chega. Este sorriso vem do interior de cada um e ilumina toda a gente.” E escreveu ainda: “Tudo o que é importante vem do mais fundo de nós.”

Quando o pequeno José regressou à carrinha, continuava a sorrir.
― É o sorriso mais maravilhoso que existe. Toda a gente devia possuir este sorriso tranquilo, porque as pessoas se aproximam de nós e sorriem também. E isso dá-nos mais vontade de sorrir.

O pequeno comerciante suspirou com um ar satisfeito e depois fechou os olhos. José viu pequeninas lágrimas de alegria brilhar como pérolas, ao cantinho das pálpebras do homem.
― Sabes ― disse-lhe o vendedor ― este sorriso do fundo é a obra da minha vida. Passei muito tempo a procurá-lo e agora posso descansar. Mas quero dar-te um presente…
Entregou a José um pequenino frasco vazio.
― Conserva o teu sorriso neste frasco, não o deixes desaparecer! Mete-o lá todas as noites, mantém-no com muito amor e amizade. E terás uma vida formidável ― acrescentou o pequeno comerciante, já muito velhinho.

Quando apertou a mão muito fraquinha do vendedor de sorrisos, o pequeno José estava muito triste. Sabia que a carrinha partiria naquela noite e que não voltaria a ver o pequeno comerciante. Mas tinha posto naquele frasco o mais magnífico dos presentes, um peixinho ágil que se chamava “sorriso luminoso”.

Sabia que, com este sorriso tranquilo, delicado e feliz, podia fazer muitos amigos. E que a sua vida se tornaria, de facto, maravilhosa.



Sophie Carquain
Petites leçons de vie. Pour l’aider à s’affirmer
Paris, Ed. Albin Michel, 2008
(Tradução e adaptação)





7.2.11

Amanhã, a escola assinala...

 

Durante todo o dia,
os alunos do 9ºB, 9ºC e do CEF Op. Informática dinamizam sessões
 junto dos alunos dos 5º e 6º anos.







6.2.11

Sessão "Violência no namoro"



Na próxima 3ªf., 08 de fevereiro, os alunos do 9ºAno iraõ assistir a uma sessão intitulada "Violência no namoro", na BECRE, dinamizada pela APAV.

  • às 08h20 - Sessão com o 9ºB
  • às 15h10 - Sessão com os 9ºA e 9ºC





Deixem aqui os vossos comentários sobre este assunto...

1.2.11

A mesquita mais bela





Os cidadãos de Córdova viviam na cidade mais bonita do mundo e sentiam-se muito orgulhosos da Grande Mesquita, que fica situada no centro da cidade. Não só era uma mesquita maravilhosa, como também estava rodeada por jardins magníficos, cheios de laranjeiras perfumadas, fontes espumosas e flores de todas as cores. Os habitantes de Córdova costumavam sentar-se no jardim e pensar que estavam no Paraíso.

O único problema eram três jovens travessos: Rashid, que era muçulmano; Samuel, que era judeu; e Miguel, que era cristão.
Entravam e saíam das fontes; saltavam por cima dos canteiros; escondiam-se nos jardins e atiravam laranjas maduras a quem quer que vissem.
Os jardineiros, Ibrahim e Yacoub, tentavam apanhá-los, mas os três amigos eram demasiado rápidos para eles.

Um dia, os rapazes estavam a atirar laranjas às pessoas, à medida que estas saíam da mesquita. Uma laranja particularmente podre caiu aos pés de um homem ricamente vestido.

— Estamos em apuros! — exclamou Rashid. — É o califa em pessoa! — Fujamos!

Os três rapazes tentaram fugir, mas os soldados do califa apanharam-nos e levaram-nos à presença dele.

— Finalmente, foram apanhados pelos próprios soldados do califa! — alegrou-se o jardineiro Ibrahim.

Yacoub esfregou as mãos.

— Agora é que são elas! Vão apanhar dez chicotadas pelo menos!
O califa interrogou-os:

— Com que então, meninos, a atirarem laranjas ao vosso califa?

— Não sabíamos que éreis vós, Senhor — murmurou Rashid.
— Tendes feito isto com frequência? — perguntou o governante com severidade.

Os rapazes olharam para o chão com tristeza e acenaram com a cabeça.

— Todos os dias, saiba Vossa Magnificência — exclamaram os jardineiros. — Estes rapazes são a nossa desgraça.
— Bem — disse o califa, tentando não sorrir — vejo que tereis de ser severamente punidos. Condeno-vos a trabalharam nestes jardins todos os dias, durante três meses.

E os rapazes assim fizeram. Durante três meses, plantaram, arrancaram ervas daninhas, regaram as flores e apararam os arbustos dos jardins. Yacoub e Ibrahim fizeram-nos trabalhar sem descanso.

Depois do trabalho, os três amigos, cansados e cheios de calor, passeavam pela mesquita fresca.

— Nunca vi um edifício tão belo — sussurrou Miguel. — É muito mais grandioso do que a nossa igreja.
— Ou que a minha sinagoga — acrescentou Samuel. — Belo e maravilhoso, sem dúvida.
— A nossa mesquita é verdadeiramente a casa de Deus — alegrou-se Rashid.

À medida que foram crescendo, os três amigos deixaram de se ver com tanta frequência.

Rashid estudou Medicina e tornou-se um médico famoso.

Samuel viajou por toda a parte como mercador, negociando em especiarias e seda. Anotou todas as suas impressões de viagem num diário e escreveu poemas de rara beleza.

Miguel herdou a quinta do pai. Tornou-se um grande proprietário de terras e era conhecido pela sua bondade e pelas canções alegres que cantava.

O califa envelheceu e os seus inimigos começaram a atacar Córdova por todos os lados. Acabou por ser derrotado numa grande batalha pelo rei cristão Fernando.

Miguel, que era agora o homem mais importante de Córdova, foi saudar o novo rei.

— Don Miguel — exclamou o rei — levai-me à Grande Mesquita, da qual muito ouvi falar.
— Com prazer, Senhor — respondeu Miguel. — É fonte de orgulho e alegria para todos os habitantes de Córdova, tanto muçulmanos como judeus.

O rei contemplou a mesquita.

— É de facto magnífica — concordou.

Depois suspirou.

— Mas esta vai ser uma cidade cristã e vamos construir uma grande catedral neste lugar. A mesquita tem de ser derrubada.

Nessa mesma noite, Miguel convidou Samuel e Rashid para jantar.

— Meus caros amigos, tenho notícias péssimas. O rei planeia derrubar a nossa adorada mesquita.
— E os nossos jardins maravilhosos? — indagaram Samuel e Rashid.
— Também vão ser destruídos.
— O que podemos fazer? — perguntou Rashid, com a cabeça entre as mãos.
— Temos de falar os três com o rei e dizer-lhe quão preciosa é a mesquita para todos em Córdova.

No dia seguinte, os habitantes da cidade encheram a praça para ver o rei.

— Estou aqui — anunciou Miguel — em nome de todos os cristãos de Córdova, para pedir ao rei que poupe a nossa mesquita.

Todos aplaudiram.

— E eu estou aqui em nome de todos os judeus de Córdova — disse Samuel.
— É assim mesmo! — aplaudiu a multidão.
— E eu, senhor, falo em nome de todos os cidadãos muçulmanos. Poupai a nossa mesquita!

Todos aplaudiram ainda com mais força.

O rei comentou:

— Vejo que as três comunidades pedem o mesmo e que não terei aliados se derrubar a mesquita.


Depois de pensar por um momento, o rei anunciou:

— Construirei uma igreja numa pequena parte da mesquita, mas o resto do edifício e dos jardins ficarão a pertencer a todos os habitantes de Córdova.

Os aplausos da multidão encheram a praça.

E assim a Grande Mesquita foi poupada para que gerações futuras a admirassem e dela usufruíssem. Ainda hoje se mantém intacta, e tem milhões de visitantes por ano. Muitos se sentam nos seus jardins e desfrutam da sombra e do perfume das árvores. Alguns afirmam mesmo ter visto os fantasmas de três rapazes malandros a entrar e a sair das suas fontes.




Ann Jungman
The most magnificent mosque
London, Frances Lincoln, 2006
(Tradução e adaptação)







Escola - Espaço de conflitos?

Este é o título da sessão que se realiza amanhã, quarta-feira, 02 de fevereiro, pelas 17h45, na BECRE.



Dinamizada pelos Professores Drs José Luis Fernandes e Tiago Neves, esta sessão destina-se em especial aos Diretores de Turma dos 2º e 3º ciclos, mas é um assunto que toca toda a comunidade educativa.






30.1.11

O patinho de Sam

— Vais gostar do lugar quando lá chegares — disse o avô de Sam.
— Não vou, não — replicou Sam.

Mas Sam sabia que tinha de ir para a quinta de qualquer forma. Todos os alunos de Mrs Southerden iam. Além do mais, o avô tinha dito que ia ser bom para ele.

— Um rapaz da cidade como tu pode aprender muito numa quinta. Há sempre ar fresco e ovos frescos. Quem me dera ir eu mesmo. Não te esqueças de que voltas na sexta para os meus anos. Vamos fazer uma festa.

O avô disse-lhe adeus com a mão e Sam ficou a olhá-lo do seu assento ao fundo da camioneta até deixar de o ver. Ia estar fora uma semana inteira. Esforçou-se por não chorar.

A viagem até ao Devon era longa. As auto-estradas deram lugar às estradas, as estradas aos caminhos. Eram caminhos estreitos com relva pelo meio. De repente, surgiu uma casa enorme, como se fosse um palácio, rodeada de campos verdes e árvores por todo o lado.

— Chegámos a Nethercott — anunciou Mrs Southerden, que ia na parte da frente da camioneta. — O que é que vocês são a partir de agora?
— Agricultores! — gritaram os alunos em coro.

E assim foi. Levantavam-se de madrugada para mungir vacas, alimentar cavalos, porcos e vitelos. E os carneiros também tinham de ser alimentados. Isto tudo antes do pequeno-almoço, que consistia em papas de aveia quentes, ovos mexidos e tantas torradas quantas quisessem.
Havia estábulos para limpar, galinhas, patos e gansos para soltar, ovos para ir buscar. Havia também um touro, mas não era permitido ir até junto dele, não fosse acontecer alguma coisa.
Sam nem tinha tempo para ter saudades do avô. Trabalhavam durante a tarde toda e nunca conseguiam acabar as tarefas. As vacas tinham de ser mungidas ao fim do dia outra vez, o que dava uma enorme trabalheira!
Os cordeirinhos eram levados para os celeiros à noite, os porcos eram alimentados, os cavalos tratados, e as galinhas, os patos e os gansos recolhidos, para o caso de a raposa vir por ali, feita matreira.

Sam trabalhava arduamente, comia como um rei, e dormia a sono solto. Os agricultores eram amáveis e sorridentes, sobretudo o velho jardineiro, que levava os legumes à cozinha. Tinha cabelo prateado como o avô de Sam.
O rapaz estava a adorar aqueles dias. Mesmo quando tinha de limpar estábulos fedorentos ou tirar as pedras dos campos para que o milho pudesse crescer na Primavera.
Mas o melhor de tudo era quando ajudava um cordeirinho a nascer. Quando o trazia, quente e húmido, de dentro da mãe, para o ar gelado do dia. Via-o respirar pela primeira vez, dar os primeiros passos, beber o primeiro leite. Tinha tantas coisas para contar ao avô.

Só a Lisa não gostava do que estavam a fazer. Mrs Southerden chamava-lhe “Mona Lisa”. Tinha-se queixado durante a semana toda: “Doem-me os pés”. “Doem-me as costas”. “Está frio”.

Às terças, era dia de mercado. Foi a primeira coisa de que Sam não gostou. No lugar dos leilões, estava um homem de cara vermelha, que torcia as caudas dos vitelos para os fazer mexer. Chegava mesmo a dar-lhes pontapés e ria sem parar.
O rapaz nem conseguia olhar para ele e decidiu ir para junto dos patos e das galinhas, que se amontoavam no fundo das gaiolas. Havia um pato, branquinho como a neve, que estava mesmo junto ao arame da gaiola e que grasnou para ele. Sam tocou as suas penas suaves com o dedo.

— Fora daqui! — gritou o homem de cara vermelha. — Estás a olhar para o meu jantar!

E pegou no animal pelas patas.

— Não vai comê-lo! Não pode! — gritou Sam, aflito.
— Tens uma ideia melhor? — perguntou o homem a rir.

Sam nem pensou duas vezes.

— Posso comprá-lo. Tenho duas libras — disse, tirando o dinheiro todo do bolso.
— Negócio fechado! — concordou o homem.

Pegou no dinheiro e deixou o patinho nos braços de Sam. O que iria fazer com ele? O que diria Mrs Southerden? Meteu-o depressa no seu saco de desporto.

— Não grasnes, por favor! — sussurrou.

Enquanto se dirigia para Nethercott, ia pensando no que havia de fazer. Caminhava afastado dos outros, por precaução. Só havia um lugar para o esconder. Na cabana da horta. Com um pouco de sorte e cautela, ninguém daria por nada.

O pato olhou em volta e pareceu gostar do lugar.

— Vais precisar de palha para a tua cama e de comida — disse-lhe o rapaz.
— E de água — disse uma voz atrás dele.

Era o velho jardineiro.

— Os patos precisam de água. Onde o arranjaste?
— No mercado. O dono ia matá-lo.
— Eis algo que não está certo, pois não? Tenho sandes e leite. Achas que chega?

Alimentaram-no juntos.

— É um macho — disse o jardineiro. — Vamos chamar-lhe Francis, como o famoso navegador, Francis Drake?
— Ninguém sabe que o tenho — disse Sam.
— Podes contar comigo — prometeu o velho jardineiro.

Durante o resto da semana, as crianças trabalharam arduamente na quinta e nenhuma suspeitava de que Sam tinha um segredo.

Na última noite, fizeram uma fogueira crepitante e todos cantaram canções e comeram muitas salsichas. O rapaz esgueirou-se para estar com o pato e com o velho jardineiro.

— O que vais fazer com ele?

Sam tinha pensado nisso o dia todo.

— Vou dá-lo ao meu avô como prenda de anos. Faz setenta anos amanhã.
— Então é da minha idade. É um homem de sorte por ter um neto como tu.

Na manhã seguinte, o velho jardineiro estava à espera na cabana. Juntos, colocaram o pato no fundo do saco de desporto de Sam.

— Boa sorte! — desejou-lhe o jardineiro.

Sam correu para a camioneta porque queria apanhar o lugar de trás, mesmo ao canto. Era o lugar mais seguro. Se Francis grasnasse uma vez que fosse, estava feito. Acenou para o jardineiro até deixar de o ver.

Pararam apenas uma vez, para almoçar.

— Toda a gente para fora da camioneta — ordenou Mrs Southerden.

Sam não queria deixar o saco dentro da camioneta, mas Mrs Southerden obrigou-o. Quando acabou de almoçar, correu até ao lugar. Mas a “Mona Lisa” já lá estava.

— Ouvi grasnar — disse. — Tens um pato. Vou contar a toda a gente.

Foi a correr até junto da professora.

— Professora, o Sam tem um pato no saco!

Num ápice, Sam pegou em Francis e pô-lo dentro do casaco.

— Não sejas pateta — pediu Mrs Southerden. — Tens-te portado mal toda a semana. E agora até inventas histórias. Vem sentar-te à frente, junto dos que enjoam.
— Mas, Professora — continuou Lisa — é verdade. Ele tem mesmo um pato. Todos olharam para Sam, que encolheu os ombros e virou o saco do avesso para que todos pudessem ver. Lisa abriu e fechou a boca, repetidas vezes, como um peixe de aquário. Sam sorriu com doçura, mas o caminho até casa custou a passar.

Estava morto por ver o avô. Quando chegaram, correu logo para os degraus do apartamento. Obrigou o avô a sentar-se, com os olhos fechados, enquanto punha um banho a correr para Francis. Depois chamou o avô.

— É para ti, avô. Feliz aniversário.

E contou-lhe tudo o que acontecera com o homem de cara vermelha no mercado e com o velho jardineiro em Nethercott.

— É um pato amoroso — disse o avô, abanando a cabeça. — Mas não podemos mantê-lo num andar. Não é justo.
— Porque não?
— Escuta, Sam, um pato precisa de um lago. Também precisa de amigos, como tu e eu precisamos. E precisa de liberdade.

O neto tentou persuadir o avô toda a noite. Em vão.

— Falaremos outra vez amanhã de manhã. Agora vai dormir.

Na manhã seguinte, o avô acordou-o cedo.

— O que se passa? — perguntou Sam.
— Logo verás — disse o avô.

Levaram Francis no saco de desporto. O pato tinha a cabeça de fora, mas não havia ninguém na rua.

— Onde vamos? — perguntou Sam.
— Já vais ver — respondeu o avô, com um brilho no olhar.

Caminhavam pelo parque, por entre a neblina da manhã, quando, de repente, Francis grasnou. E logo muitos outros patos puseram-se a grasnar também. Diante de si, Sam podia ver um grande lago cheio de patos a nadar em direcção a eles. Também havia gansos, galinholas e cisnes.

Baixaram-se junto ao lago e puseram Francis na água. Este acomodou-se, bateu as asas, abanou a cabeça e dirigiu-se para junto dos seus novos amigos.

— Bem, o que me dizes? — perguntou o avô a Sam.
— Penso que podemos vir dar-lhe de comer, não podemos? — retorquiu Sam.
— Sempre que quiseres — respondeu o avô. — Olha para ele, Sam. É um pato muito feliz e eu também sou um homem muito feliz.



Michael Morpurgo
Sam’s Duck
London, Harper Collins, 1997
(Tradução e adaptação)



27.1.11

Equipa da Oficina Multimédia apresenta a nossa Biblioteca

O grupo 1 do 7ºB, em Oficina Multimédia, elaborou um trabalho sobre a nossa Biblioteca.
Da reportagem fotográfica à animação em Movie Maker, fica aqui o trabalho da aluna Sofia. Parabéns!







Labirinto dos enigmas


Já existia o Labirinto das Palavras e os alunos do 2º ciclo deliciam-se com a actividade.

Agora surge o Labirinto dos Enigmas, mais orientado para os alunos do 3º ciclo. E está a ter o mesmo sucesso!


Aqui fica o Enigma 1 - sob o tema do Japão